Encontro técnico de Operações apresenta ViaIpê e experiência de implantação de IPv6

A nova ferramenta de visualização integrada de estatísticas de circuitos, o ViaIpê, implantada integralmente em 2015, foi um dos destaques do encontro técnico de Operações, no terceiro dia do SCI em Goiânia. Segundo um dos coordenadores do projeto, Rafael Emerick, do Ponto de Presença do Espírito Santo, o principal objetivo foi simplificar o processo de correlação de informações para o tratamento de incidentes de conectividade, em um formato compreensível tanto para o gestor de redes quanto para o usuário.

A arquitetura da ferramenta foi organizada em camadas de software, de visualização, sintetização e coleta. “Essa visualização é georreferenciada, que dá uma ideia geral e qualitativa do ambiente, primeiro por regiões, depois por estado e, por fim, de proximidade”, explicou Rafael, que apontou a assimetria entre os testes e a operação como principal dificuldade, uma vez que a ferramenta foi testada em 30 instituições e, em produção, o número ultrapassa 900 instituições.  

Depois da reunião de kickoff do projeto em junho de 2014, a meta era ativar os 27 PoPs em seis meses. Em três meses, foi possível cadastrar 20 PoPs. Para Rafael Emerick, refinar o processo de comunicação entre os PoPs foi um ponto positivo. “Foi um processo muito colaborativo, com interação por Whatsapp e Skype”, comentou.

Entre os próximos passos, estão usar a coleta de dados para traçar estatísticas de previsão de futuro e integrar o Via Ipê com outras soluções da RNP, para consulta da própria comunidade acadêmica.

Implantação de IPv6 em sete dias

O gerente de TI da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Anderson Lago, compartilhou a experiência da universidade na implantação do IPv6, executada em todos os seis campi em um intervalo de sete dias. “Temos projetos de Internet das Coisas e de sensores que nos solicitam IP. Por isso, é preciso implementar o IPv6”, afirmou.

Segundo Anderson, o mais difícil foi permitir o acesso externo ao IPv6. “Queríamos que quem estivesse fora e tivesse IPv6 pudesse acessar os nossos serviços”, explicou, destacando ainda as peculiaridades para a configuração da ferramenta de e-mail e os problemas que o IPv4 gera com a implantação do NAT.

Outros problemas na implantação do IPv6 foram servidores desatualizados, aplicações desenhadas para IPv4, como campos limitados a 15 caracteres, e validações esperando o formato IPv4. “Para resolver, é preciso remover a entrada IPv6 do DNS e executar os procedimentos técnicos de atualização e codificação”, ensinou Anderson, ressaltando a desatualização dos plug-ins dos bancos como situação recorrente, impedindo a navegação em IPv6.

O analista de Operações da RNP, Guilherme Ladvocat, apresentou os projetos da organização para melhorar ou manter a qualidade dos serviços prestados aos clientes. “É vital que os PoPs desempenhem o papel de monitoramento local”, afirmou Guilherme, que listou como atribuições dos PoPs o monitoramento de circuitos de clientes, a abertura de chamados com operadoras, escalonamento com as operadoras e com a Gerência de Operações da RNP, manutenção do fornecimento de energia e envio de relatórios de disponibilidade. “Uma sugestão é implementar um check-list de desempenho, como é feito no backbone”, indicou.

A RNP também desenvolve um novo processo de monitoramento integrado, para uma visão unificada do estado dos serviços oferecidos às instituições clientes, a fim de acelerar o tratamento de falhas. O canal único de entrada para o cliente será efetuado pelo Service Desk da RNP. “Esse monitoramento integrado será não apenas dos serviços de conectividade, mas também dos serviços avançados da RNP”, anunciou a gerente de Operações da RNP, Janice Ribeiro. Participarão do projeto piloto os Pontos de Presença do Rio Grande do Norte, Paraná e São Paulo.